Gotas portuguesas no mar do Brasil
Analisando a formação cultural da sociedade brasileira, percebe-se a extrema e
diversa influência de povos e costumes no dia-a-dia da nação. Uma
população que se encontra nas entrelinhas da história lusa, afro e
indígena tem sua mistificação explicada pelo fato de ter sido uma
colônia de exploração. Destrinchando as influências, tem-se a lusa como a
mais forte, não em termos de presença, mas pela força que teve para sua
entrada no Brasil. Os portugueses colonizaram o país à força e impondo
sua cultura. Já os africanos, fizeram a entrada da sua cultura de forma
natural, deixando a força apenas na escravidão e trazendo na convivência
os seus costumes. Por fim, a cultura indígena foi a mais simples, pois
os índios habitavam o território antes mesmo da colonização e descoberta
do país.
Das influências, tem-se a da música, dança e arquitetura, principalmente.
Na música, houve uma mistura - característica elementar na formação do
Brasil - do ritmo europeu e africano. O trabalho do maestro Villa Lobos é
um bom exemplo de herança para o Brasil, o artista é um dos maiores
nomes da música erudita brasileira. Apresentou as influências da arte
produzida na Europa e trouxe para a então colônia. No Rio Grande do Sul,
um movimento muito forte é a shula, dança tipicamente portuguesa que
resiste até os dias atuais. O maxixe é outro exemplo de movimento
cultural trazido do velho continente, muito contestado pelos mais
puritanos, ele durou até a nação passar por uma revolução na arte e no
conceito dela.
O reflexo da cultura musical portuguesa se fez presente na classe
burguesa do período colonial e pós-independência. Tendo em vista que as
classes mais baixas mantinham forte a tradição regional da música
africana e indígena.
Além da música, outros elementos artísticos também foram trazidos para o
Brasil pelos imigrantes. Duas festas de força no país são de origem
lusitana: o Carnaval e o São João. No Folclore há personagens como o Seu
Cuca, o Bicho Papão e o Lobisomem. E ainda, movimentos artísticos
portugueses foram implementados, como o renascimento, maneirismo,
barroco, rococó e neoclassicismo.
Uma outra herança portuguesa bem encontrada nas avenidas e ruas brasileiras
é na arquitetura. A nação atribuiu às suas construções movimentos como o
barroco, que produziu verdadeiras obras de artes.
Um fato interessante sobre a caracterização da arquitetura portuguesa é
que esta tem sua formação também influenciada, desta vez pela
arquitetura árabe, o que mistificou mais ainda a formação arquitetônica
do Brasil. Elementos como os azulejos encontrados em ruas e casas
antigas, principalmente na cidade de São Luís, no Maranhão, é um bom
exemplo de característica oriental. Tem-se até a atualidade também,
elementos estruturais portugueses que são vistos cotidianamente. Pontos
comerciais como as padarias, botequins e a casa de sapateiro são bons
exemplos de estruturas de herança ibérica. Além disso, detalhes
arquitetônicos também entram no catálogo. O arco pleno, nascido no
período do neoclassicismo, é bem visto nas ruas brasileiras. E também,
as pedras de calcário, que formam os famosos calçadões no litoral
brasileiro foram trazidas de Portugal.
No ano de 2010, foi realizada no Rio de Janeiro uma exposição acerca da
arquitetura portuguesa no Brasil. Tem como curador o arquiteto Carlos
Fernando Andrade, recebeu o nome de Cidade Brasileira Portuguesa Com
Certeza e ocorreu no Centro Cultural dos Correios, no Centro do Rio de
Janeiro. Nela, foram mostrados os principais traços portugueses
presentes no Brasil. A mostra sobre a arquitetura portuguesa traz uma
boa explicação sobre a arquitetura. É dividida em quatro partes: Mar,
Idade Média, Renascimento e Nova Imigração. Na primeira parte,
desenvolve-se apenas sobre o período das navegações. Depois, sobre a
Idade Média, é mostrada a influência árabe sobre a arquitetura
portuguesa. Na terceira parte da exposição, sobre o Renascimento,
mostra-se o desenvolvimento do espaço público, com as praças, e a
evolução da agricultura. Por fim, a Nova Imigração se mostra como a
época em que mais se trouxe características, as quais foram citadas
anteriormente. Trata-se das estruturas comerciais portuguesas, como a
padaria, o botequim e a casa de sapateiro.
A arquitetura também era usada para distinguir as classes sociais e o o
poder aquisitivo de cada família, as eiras e beiras das casas e prédios,
quanto mais eiras e beiras mais ricas eram aquelas pessoas. Fato que
rendeu até os dias atuais um ditado popular para designar quem é rico ou
não.
Portanto, devido à colonização, a população brasileira tem eu seu cotidiano
diversos traços portugueses, que misturados aos africanos e indígenas,
criam uma mistificação e identidade única à nação.
Grupo: Anna Gabriela Carvalho, Camilla Martins, Rafael Carvalho dos Anjos e Rayane Mainara
muito bom o texto.
ResponderExcluirÓtimo texto, esclareceu todas as minhas dúvidas
ResponderExcluirAmei,Muito bem exemplificado,E me ajudou muito no meu trabalho! Muito obrigada,e Parabéns!
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