segunda-feira, 30 de abril de 2012

Formação do povo brasileiro - Matriz Lusa - Arquitetura e Movimentos artísticos


Gotas portuguesas no mar do Brasil
 

Analisando a formação cultural da sociedade brasileira, percebe-se a extrema e diversa influência de povos e costumes no dia-a-dia da nação. Uma população que se encontra nas entrelinhas da história lusa, afro e indígena tem sua mistificação explicada pelo fato de ter sido uma colônia de exploração. Destrinchando as influências, tem-se a lusa como a mais forte, não em termos de presença, mas pela força que teve para sua entrada no Brasil. Os portugueses colonizaram o país à força e impondo sua cultura. Já os africanos, fizeram a entrada da sua cultura de forma natural, deixando a força apenas na escravidão e trazendo na convivência os seus costumes. Por fim, a cultura indígena foi a mais simples, pois os índios habitavam o território antes mesmo da colonização e descoberta do país.
Das influências, tem-se a da música, dança e arquitetura, principalmente. Na música, houve uma mistura - característica elementar na formação do Brasil - do ritmo europeu e africano. O trabalho do maestro Villa Lobos é um bom exemplo de herança para o Brasil, o artista é um dos maiores nomes da música erudita brasileira. Apresentou as influências da arte produzida na Europa e trouxe para a então colônia. No Rio Grande do Sul, um movimento muito forte é a shula, dança tipicamente portuguesa que resiste até os dias atuais. O maxixe é outro exemplo de movimento cultural trazido do velho continente, muito contestado pelos mais puritanos, ele durou até a nação passar por uma revolução na arte e no conceito dela.
O reflexo da cultura musical portuguesa se fez presente na classe burguesa do período colonial e pós-independência. Tendo em vista que as classes mais baixas mantinham forte a tradição regional da música africana e indígena.
Além da música, outros elementos artísticos também foram trazidos para o Brasil pelos imigrantes. Duas festas de força no país são de origem lusitana: o Carnaval e o São João. No Folclore há personagens como o Seu Cuca, o Bicho Papão e o Lobisomem. E ainda, movimentos artísticos portugueses foram implementados, como o renascimento, maneirismo, barroco, rococó e neoclassicismo.
Uma outra herança portuguesa bem encontrada nas avenidas e ruas brasileiras é na arquitetura. A nação atribuiu às suas construções movimentos como o barroco, que produziu verdadeiras obras de artes.
Um fato interessante sobre a caracterização da arquitetura portuguesa é que esta tem sua formação também influenciada, desta vez pela arquitetura árabe, o que mistificou mais ainda a formação arquitetônica do Brasil. Elementos como os azulejos encontrados em ruas e casas antigas, principalmente na cidade de São Luís, no Maranhão, é um bom exemplo de característica oriental. Tem-se até a atualidade também, elementos estruturais portugueses que são vistos cotidianamente. Pontos comerciais como as padarias, botequins e a casa de sapateiro são bons exemplos de estruturas de herança ibérica. Além disso, detalhes arquitetônicos também entram no catálogo. O arco pleno, nascido no período do neoclassicismo, é bem visto nas ruas brasileiras. E também, as pedras de calcário, que formam os famosos calçadões no litoral brasileiro foram trazidas de Portugal.
No ano de 2010, foi realizada no Rio de Janeiro uma exposição acerca da arquitetura portuguesa no Brasil. Tem como curador o arquiteto Carlos Fernando Andrade, recebeu o nome de Cidade Brasileira Portuguesa Com Certeza e ocorreu no Centro Cultural dos Correios, no Centro do Rio de Janeiro. Nela, foram mostrados os principais traços portugueses presentes no Brasil. A mostra sobre a arquitetura portuguesa traz uma boa explicação sobre a arquitetura. É dividida em quatro partes: Mar, Idade Média, Renascimento e Nova Imigração. Na primeira parte, desenvolve-se apenas sobre o período das navegações. Depois, sobre a Idade Média, é mostrada a influência árabe sobre a arquitetura portuguesa. Na terceira parte da exposição, sobre o Renascimento, mostra-se o desenvolvimento do espaço público, com as praças, e a evolução da agricultura. Por fim, a Nova Imigração se mostra como a época em que mais se trouxe características, as quais foram citadas anteriormente. Trata-se das estruturas comerciais portuguesas, como a padaria, o botequim e a casa de sapateiro.
A arquitetura também era usada para distinguir as classes sociais e o o poder aquisitivo de cada família, as eiras e beiras das casas e prédios, quanto mais eiras e beiras mais ricas eram aquelas pessoas. Fato que rendeu até os dias atuais um ditado popular para designar quem é rico ou não.
Portanto, devido à colonização, a população brasileira tem eu seu cotidiano diversos traços portugueses, que misturados aos africanos e indígenas, criam uma mistificação e identidade única à nação.



Grupo: Anna Gabriela Carvalho, Camilla Martins, Rafael Carvalho dos Anjos e Rayane Mainara

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